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Colunista Edelson - Folha Machadense
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EDITORIAL: “Fome e panelas vazias”, a realidade de Machado em um ano de pandemia

Fome e panelas vazias

Antes mesmo da pandemia do Novo Coronavírus confrontar o ‘mantra’ que Machado é um Município rico, em abril do ano passado, a FOLHA MACHADENSE trazia, como manchete, que 23% da população corria risco alimentar. O porcentual, há época, questionado pelo então prefeito, Julbert Ferre, cresceu 28,4%, segundo dados oficiais do Governo Federal.

Difícil falar em geração de emprego e renda em meio ao caos sanitário em que o Brasil se encontra. Difícil engolir esmolas que os poderes públicos federal, estadual e municipal oferecem, como auxílio de R$ 100,00. Também não é confortável ver o prefeito de Machado fazendo embaixadinhas, com bola de futebol, anunciando um campeonato on line de ‘esportivo’. É, no mínimo, constrangedor, para o cidadão que passa fome, ver esse tipo de anúncio na internet.

Aliás, muitos nem devem ter visto a exibição on line, pois, não têm internet em casa, estão com energia elétrica cortada por falta de dinheiro para pagar a Cemig e/ou estão sem água potável em casa, por conta de cortes do SAAE.

É hora dos políticos irem ao encontro da população, dentro do que preconiza a OMS (Organização Mundial da Saúde), para sentir, de perto, a necessidade da população. Ver e sentir a fome, como em várias comunidades machadenses. Os homens públicos precisam, hoje, mais do que nunca, saber onde é que o calo aperta, para buscar soluções, urgentes, para dar o mínimo de dignidade para essa população que pega o seu bornal e arregaça as mangas, todos os anos, para trabalhar na apanha de café.

Chega de diárias para Brasília, para Belo Horizonte e viagens às cidades da região. Isso vale para prefeito e alguns [poucos] vereadores. – Num passado não muito distante, agentes políticos realizaram cursos em Fortaleza e outras cidades litorâneas Brasil afora.

É hora de calçar as botinas, como fazia o ex-prefeito Dr. Jorge Eduardo Vieira de Oliveira, e sair de casa, antes do sol nascer, para ouvir os boias-frias e a população que madruga para levar o sustento para a casa.

É hora de parar de entrar em buracos e fazer selfies pela cidade e começar a formular projetos de transferência de renda e de microcrédito aos pequenos empreendedores, proprietários de fabriquetas entre outros.

É hora de sair da bolha e começar a viver o mundo real. Aliás, é preciso sair da bolha o quanto antes, pois, ela [a bolha] estoura.

EDITORIAL publicado no jornal FOLHA MACHADENSE, sábado, dia 17/04/2021.

Edelson Borges da Silva
Diretor-responsável