segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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V Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo – Saúde e Bem-estar : setor  turístico precisa se adaptar às pessoas com restrições alimentares

Viajar não devia ser uma preocupação, mas quando se tem restrições alimentares é preciso tomar os devidos cuidados, pois as consequências podem ser graves causando inclusive sérios danos à saúde. Esta importante questão foi um dos pontos de debates do V Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo – Saúde e Bem-estar, organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Turismo da UNIGRANRIO (NPTU), com apoio da FAPERJ, coordenado pela professora Deborah Zouain.

“O setor de alimentos e bebidas deve estar atento às demandas dos viajantes que se acentuam neste período pós-pandemia, em especial no que tange a escolha de uma alimentação mais saudável. Muitos turistas possuem sim, restrições alimentares, com intolerância ao glúten, por exemplo. Mas outros são vegetarianos ou aderem ao movimento do veganismo por opção. E os meios de hospedagem assim como os bares e restaurantes devem diversificar a oferta das refeições, com olhar mais inclusivo.” afirma Paola Lohmann, pesquisadora do NPTU.

Durante o terceiro painel do evento, o Chef Marcelo Horta, embaixador da Associação de Celíacos do Brasil – ACELBRA-RJ, a nutricionista infantil Luciana Justos, a Chef vegana Raquel Cardoso e Suzane Boyadjian, presidente da ACELBRA- RJ falaram especificamente sobre o tema alimentação.

– O mercado de alimentação saudável tem tido um crescimento exponencial e, por sete anos seguidos é o mercado que mais cresce no mundo. Se alimentar para não adoecer, para ter uma melhor saúde, para viver mais e com qualidade virou prioridade, e a rede hoteleira, os restaurantes, o setor do turismo como um todo que não tiver esse olhar e se atualizar com essa nova demanda  acaba deixando de atender a uma parcela, cada vez maior, da população e já sofre consequências econômicas- comentou o Chef Marcelo Horta.

Luciana Justos trabalha em uma área específica da nutrição infantil. Ela é mãe de um gêmeo TEA e um em pesquisa de TDAH.

– Um turismo inclusivo, com oportunidades para pessoas com deficiência explorarem o mundo de maneira acessível e significativa, é uma tendência que não beneficia apenas os viajantes mas também transforma comunidades e setores turísticos criando uma sociedade mais inclusiva e justa. Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo apontou que 53,5 dos turistas com deficiência não viajam por falta de acessibilidade. – explica Luciana

Neste sentido, evidencia-se uma oportunidade para empreendedores na área de turismo, com o olhar para esta demanda que é bem específica. Um cuidado com as famílias, desde a criança até o idoso, que muitas vezes apresenta algum tipo de dieta alimentar.

A Chef Raquel Cardoso não tem problemas de restrição alimentar, mas ela escolheu ser vegana e com o tempo resolveu empreender na área levando aos consumidores produtos que eles têm dificuldade de encontrar no mercado.

– Eu trabalho com a alimentação inclusiva e o vegano aborda tudo, né? É uma coisa importante de se pensar, que a gente consegue fazer um produto que inclui a todos e isso é uma virada de chave.  Ainda existem muitas dificuldades de inclusão de alimentos veganos, apesar de haver muitas possibilidades. Explorar sabores e receitas pode proporcionar a mesma experiência gastronômica que uma tradicional, explica a Chef, que realiza eventos e atende aos diversos públicos, comercializando produtos para pessoas que precisam e também as que optam por manter uma alimentação saudável.

Suzane Boyadjian, presidente da Acelbra-RJ (Associação dos Celíacos do Rio de Janeiro) e portadora da doença celíaca também descreveu a dificuldade de opções seguras para essa parcela da população, assim como afirma sua dificuldade de fazer turismo.

– Se a gente está falando de uma pessoa com a condição celíaca e que vai viajar, geralmente, ela tem que se programar e ver o que que tem de opções seguras tanto de hospedagem quanto de restaurantes. E aí a gente se depara com a grande oportunidade que existe no mercado brasileiro. São Paulo está um pouquinho a frente, porque já tem opções mais elaboradas de comida que atende ao público com doença celíaca. Mas você chega no Rio de Janeiro, que é um lugar de muito turismo e não encontra  hoteis e restaurantes com o mesmo serviço. É claro que encontra um ou outro, mas são pouquíssimos aptos e seguros para celíaco. – comentou Suzane, que ainda falou do projeto chamado “Passaporte sem Glúten”, com o intuito de cadastrar os usuários, quantificar dados para a construção de políticas públicas que tratem a temática. Movimentar a rede, com descontos, dentre outras vantagens também são benefícios que o Passaporte traz para os usuários.

O V Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo – Saúde e Bem-estar, organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Turismo da UNIGRANRIO com apoio da FAPERJ aconteceu no dia 22 de novembro de 2023, no Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio de Janeiro.  

Os painéis do evento podem ser acessados na íntegra pelo link: https://nptu.com.br/2023-2/

 

Fonte: TOP FAMOSOS