quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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“TOLERÂNCIA”, uma reflexão sobre os tempos de ódio e de intolerância que vivemos

“Tolerância”, uma reflexão sobre os tempos de ódio e de intolerância que vivemos

Roberto Camilo Órfão Morais

Vivemos tempos de intolerância, nos quais muitos estudiosos classificam de pós-verdade, pois, temos assistido uma onda de ódio, ignorância travestida de informação, total ausência de discernimento e até mesmo por aqueles que deveriam ser exemplo na difusão da chamada cultura do amor.

O que é Tolerância? Penso que seja a capacidade de aceitar o diferente, da mesma forma que, ser intolerante é, não suportar a pluralidade de ideias, de crenças e opções de vida.

Mas tem uma dúvida que sempre meus alunos apresentam nas aulas: ‘ser Tolerante é tolerar tudo’? Como explica André Sponville, é evidente que não! Pelo menos se quisermos que a Tolerância seja uma virtude. Não podemos considerar virtuoso quem “Tolera” a violência, a tortura etc.

A Tolerância é se responsabilizar e, não responsabilizar o outro. Tolerar o sofrimento do outro, utilizando de ironia ou, indiferença é egoísmo e, jamais a virtude chamada Tolerância.

O Tolerante não se cala diante da injustiça, do desrespeito à dignidade e honra alheia. Ele não suporta apologia ao ódio, à ignorância demonstrada em nossos dias através do negacionismo, ou daqueles que insistem em viver guiados pela manipulação midiática e das redes de Fakes News.

Infelizmente, assistimos em nossa cidade exemplos desta cultura de ódio e desinformação, seja nas redes sociais [como, por exemplo, em debates sobre a volta às aulas presenciais], no louvável processo de escolha do novo secretário Municipal de Esporte e, até mesmo nas Igrejas. Afinal, das intolerâncias a mais perigosa é a religiosa, pois divide o que Deus uniu. Eis porque foi acertada o tema da ecumênica Campanha da Fraternidade deste ano: “Fraternidade e diálogo”. Em tempos tão desafiadores, o diálogo é o melhor caminho, como afirmou o Papa Francisco aos fiéis: ‘são convidados a sentar-se, a escutar o outro, e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é, muitas vezes, surdo.