segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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Suspeita de envenenar empresário prestou depoimento mas não foi presa

Júlia Andrade Cathermol Pimenta
Reprodução

Júlia Andrade Cathermol Pimenta

Júlia Cathermol, namorada do empresário Luiz Marcelo Ormon, morto após supostamente ingerir um brigadeirão envenenado , prestou depoimento às autoridades policiais mas não foi presa, apesar de ser considerada a principal suspeita do crime;

Em entrevista à Globonews, Marcos Buss , delegado da 25ª DP (Engenho Novo), que está cuidando do caso, explicou que no momento em que Júlia prestou depoimento, não havia base legal para a prisão da mulher. Júlia foi à delegacia no dia 22 de maio, dois dias após o corpo ser encontrado na casa do empresário .

No depoimento, Júlia declarou que saiu da casa do empresário no dia 20 e que no dia anterior, 19, o casal havia brigado, mas de acordo com a mulher, ficou tudo bem entre os dois, com Luiz tendo até preparado café da manhã.

“Naquele momento não (havia base legal para Júlia ser presa). Porque ela não estava em flagrante e até aquele momento nós estávamos procurando a autoria e entender o que tinha acontecido”, disse o delegado Buss.

Júlia Andrade Cathermol Pimenta e o namorado
Reprodução

Júlia Andrade Cathermol Pimenta e o namorado

O delegado contou detalhes ainda sobre como aconteceu o depoimento. Segundo Buss, Júlia foi fria e não apresentou uma reação diferente nem quando foi apontada como principal suspeita pelo crime.

“Eu falei pra ela: ‘Essa história não condiz com a realidade. Você falou que gostava tanto do Luiz Marcelo e eu acabei de falar que ele foi encontrado morto e você é a principal suspeita’. Ela não esboçou uma reação característica, uma reação típica de alguém que é confrontada com essa notícia”, afirmou Marcos Buzz.

Júlia foi à delegacia sem advogado, o que também chamou atenção dos policiais. Somente depois de outros depoimentos é que as autoridades conseguiram compreender melhor a participação da namorada do empresário no crime e então foi expedido um pedido de prisão temporária para Júlia Cathermol, que segue foragida.

Uma das apontadas como cúmplices do crime é Suyane Breschack, que se apresenta como cigana e conselheira espiritual de Júlia. Em depoimento, a cigana declarou que conhece Júlia há 12 anos e que a mulher a devia cerca de R$ 600 mil por conta de “trabalhos espirituais ”.O valor era pago com parcelas de R$ 5 mil.

Cigana Suyane Breschak
Reprodução/redes sociais

Cigana Suyane Breschak

Suyany explicou nos depoimentos que os trabalhos eram para que os companheiros de Júlia não descobrissem a profissão da mulher, que é garota de programa. A mulher explicou que descobriu da morte do empresário no dia 18, em um churrasco em que Júlia também estava presente.

O encontro aconteceu após Júlia entregar o carro do empresário para Suyany, que seria utilizado para amortizar a dívida em R$ 75 mil. Além do automóvel, roupas e ar-condicionado também foram entregues. O carro foi apreendido com Victor Ernesto de Souza Chaffi, que está preso por receptação.

Telefone e Mensagens suspeitas

Júlia Andrade com dois telefones no elevador do prédio
Reprodução

Júlia Andrade com dois telefones no elevador do prédio

O telefone de Luiz Ormond pode ser peça chave para desvendar o caso. Uma mensagem partindo do aparelho do empresário foi emitida para amigos e pessoas próximas pedindo antecipação de um dinheiro que Luiz Ormond teria a receber.

As autoridades suspeitam que Júlia usou o telefone do então namorado para pedir o dinheiro. Marcos Antônio de Souza Moura, amigo de Luiz Marcelo, declarou à polícia que mantinha contato frequente com o empresário e que, toda a conversa com o amigo de longa data era realizada por áudio e estranhou a mensagem de texto recebida de Luiz Marcelo, já que toda a conversa entre eles acontecia sempre por áudios.

Júlia Andrade com roupas de academia no interior do elevador; frieza chamou atenção dos policiais
Reprodução

Júlia Andrade com roupas de academia no interior do elevador; frieza chamou atenção dos policiais

Segundo o depoimento de Marcos Antonio, o pagamento seria referente a uma casa vendida por Luiz Marcelo. O pagamento de R$ 3 mil mensais seria realizado todo dia 25, com R$ 20 mil em todo mês de janeiro. A mensagem em texto pedindo um adiantamento no dia 18 de maio, por volta de 21h, chamou atenção do amigo, que estranhou a forma de comunicação e que, normalmente, Luiz Marcelo não passava por dificuldades financeiras.

“Nunca fizemos mensagens de texto, sempre áudio, áudio pra lá, áudio pra cá, nunca falamos por mensagem de texto e eu fui e estranhei, nesse dia que ele me pediu o adiantamento”, disse Marcos.

O amigo ainda declarou que Júlia pressionava o empresário por conta do acordo feito na venda do imóvel. A mulher queria ser beneficiária no contrato no lugar de Pedro Paulo Ormond, primo do empresário. “Ele falou: ‘pô, Marcos, ela tá me perturbando. Ela perguntou por que eu não botei ela no contrato, e botei meu primo'”, revelou Marcos.

Armas também foram roubadas

Último registro de Júlia é saindo do prédio com mala mochila
Reprodução

Último registro de Júlia é saindo do prédio com mala mochila

Segundo o delegado do caso, duas armas registradas no nome de Luiz Marcelo Ormond foram roubadas do apartamento. A investigação não descarta que Júlia esteja com as armas roubadas.

“Não se pode desprezar a informação de que duas armas que sabemos estar no nome da vítima, e que sabíamos estar dentro do apartamento, foram subtraídas. Elas desapareceram. Um dos objetivos agora é localizar essas duas armas”, declarou o delegado à Globonews.

“Ela é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro. Mas será que essas armas também não estão com a Júlia? A Júlia armada pode representar um risco ainda maior”, completou Marcos Buss.

Fonte: Nacional