sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A informação a um clique de distância!

Faça o seu login ou Assine a folha

Facebook
WhatsApp
LinkedIn
Email

SP: Sete retiram assinaturas e CPI das ONGs não emplaca na Câmara

Câmara de SP deve engavetar pedido de CPI contra ONGs que atuam na Cracolândia
Reprodução

Câmara de SP deve engavetar pedido de CPI contra ONGs que atuam na Cracolândia

A CPI das ONGs em São Paulo sofreu mais três baixas e não deve engatar neste ano na Câmara dos Vereadores. Os vereadores João Jorge (PSDB), Beto do Social (PSDB) e Dr. Nunes Peixoto (MDB) anunciaram nesta sexta-feira (5) que retiraram as suas assinaturas.

Ao todo, sete vereadores retiraram as assinaturas da proposta. Além do trio, os vereadores Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) também deixaram de apoiar a proposta.

Com isso, a comissão proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) conta com 17 assinaturas, duas a menos que o necessário para emplacar a CPI. Ao iG, o vereador informou que não deve retirar a propositura.

Nos bastidores, os vereadores apontaram preocupação com a repercussão negativa da comissão nas redes sociais. Os parlamentares foram alertados que a CPI poderia focar nas ações do padre Júlio Lancellotti e optaram por desistir do apoio.

Uma das preocupações dos vereadores é com as eleições de 2024. A repercussão negativa sobre uma investigação contra o padre poderia prejudicar a campanha eleitoral de outubro.

Outros vereadores apontaram desconforto com a ideia, mas mantiveram suas assinaturas. Entre as justificativas está um “acordo de coleguismo” que impera no Legislativo para emplacar projetos na Câmara.

Rubinho Nunes negou que Lancellotti seria o foco central da comissão, mas não descartou ouvi-lo nas investigações. Já o padre disse à reportagem que não se sentiu atingido pelo requerimento.

Repercussão nas redes sociais

Ao jornal O Globo, Rubinho Nunes acusou Júlio Lancellotti de apoiar ONGs que fornecem alimentos, mas não disponibilizam acolhimento aos dependentes químicos e moradores de rua. Nunes ainda chamou o padre de “cafetão da miséria” e afirmou que as ações dele “retroalimenta a situação das pessoas” de rua.

A declaração causou repercussão negativa na internet, com suspeitas de possível perseguição sobre o trabalho do religioso. Nas redes sociais, Nunes foi acusado de “ir contra os cristãos” e de tentar minar o trabalho social das ONGs.

Após a repercussão, a Arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota em que se diz “perplexa” com as notícias de que o religioso estaria no centro da investigação da CPI. A instituição disse que a possibilidade de abertura de uma comissão “coloca em dúvida” a atuação do padre no serviço pastoral à população em situação de rua.

Fonte: Nacional