domingo, 22 de dezembro de 2024

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PRF investiga presença de agentes no hospital após criança ser baleada

Heloísa, de 3 anos, morreu neste sábado (16) após ser baleada por policiais rodoviários
Reprodução

Heloísa, de 3 anos, morreu neste sábado (16) após ser baleada por policiais rodoviários


A corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que investigará o que 28 de seus agentes foram fazer no hospital em que a menina Heloísa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, estava internada após ter sido baleada durante uma abordagem da PRF no Rio de Janeiro . Após nove dias lutando para sobreviver, a criança não resistiu e morreu no último sábado (16).

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), uma tia da menina disse que foi intimidada por um dos 28 agentes que foram até o hospital pouco após o incidente que feriu e matou Heloísa.


De acordo com informações do blog da Andréia Sadi, dois procedimentos foram abertos na corregedoria da PRF, um para investigar as circunstâncias em que a criança foi morta, e outro para explicar a presença dos agentes no hospital e sua conduta ao se dirigir à família de Heloísa.

Segundo a PRF, não houve denúncia formal sobre a presença dos agentes no hospital, mas a ida deles não é descartada. Contudo, a informação sobre a presença dos agentes consta no pedido de prisão dos policiais envolvidos no crime que o MPF enviou à Justiça.

No pedido de prisão, o procurador da República Eduardo Benones afirma que “no dia do evento se dirigiram ao hospital Adão Pereira Nunes 28 policiais, os quais, segundo palavras da própria testemunha, ficaram vasculhando e ‘mexendo’ no carro [onde Heloísa estava] durante certo tempo”.

“Inclusive [a tia de Heloísa] relatou que um dos policiais que não participou do ocorrido apontou-lhe um projétil, e disse que aquele projétil atingiu o veículo deles, numa tentativa inequívoca de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais. Isto tudo ocorreu no ambiente hospitalar, quando a vítima Heloisa recebia atendimento médico cirúrgico”, descreveu o procurador.

Diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, disse que a PRF “nos últimos dois anos enfrenta uma série de ocorrências trágicas, mas ainda assim isoladas”, e reconheceu que a força policial falha “quando não conseguimos proteger a vida”.

Além disso, ele afirmou que 7 milhões de pessoas são abordadas por agentes da PRF todos os anos, o que resulta em “dezenas de milhares de pessoas presas”, especialmente por crimes ligados ao tráfico de drogas.

“Estamos abertos para debater sobre o tema e apostamos na transparência dos nossos indicadores operacionais para comprovar a relevância do nosso trabalho diário para a promoção da cidadania”, concluiu Oliveira.

Fonte: Nacional