O piloto do helicóptero que desapareceu em São Paulo, Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, relatou dificuldades sobre as condições ao dono do heliponto onde deveria pousar, em Ilhabela. A aeronave foi localizada nesta sexta-feira (12) pela Polícia Militar de São Paulo, após doze dias de buscas. Ainda não há informações sobre os passageiros e o piloto.
Em áudio divulgado pelo Uol, Cassiano explica ao dono do heliponto, Jorge Maroum, que não havia visibilidade adequada para o voo. “Tá tudo colado [visibilidade ruim, no jargão técnico] aqui. Não vai dar certo não, Jorge”, diz.
“Mas vem por cima. Tem um buraco aqui [espaço limpo no céu]”, responde Maroum. A Força Aérea Brasileira chegou a divulgar uma nota, no dia 2 de janeiro, afirmando que Jorge Maroum não é controlador de tráfego aéreo e que o “tom informal e as informações repassadas não condizem com a prática diária dos profissionais habilitados para tal função”.
O piloto diz que onde estava não havia condições para a decolagem. “Por quê?”, questiona Maroum. “Está tudo colado. Estou com o 44 [helicóptero modelo Robinson R44]”. Após argumentar com o piloto, Maroum afirma que “aqui está um tempo bom, meu”.
Relembre o caso
O helicóptero decolou por volta das 13h do dia 31 de dezembro, do aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte da capital paulista, com destino a Ilhabela, no Litoral Norte, mas desapareceu durante o percurso.
Na aeronave estavam Letícia Ayumi Rodzewics Sakumot, de 20 anos, a mãe dela, a vendedora de roupas Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, o piloto, identificado como Cassiano Tete Teodoro, 44 anos, e Raphael Torres, de 41, que convidou mãe e filha para um passeio bate-volta em Ilhabela.
O helicóptero, de modelo Robinson R-44, foi fabricado em 2001 e tinha capacidade de transportar até três pessoas, além do piloto, de acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Veja o momento em que os tripulantes do helicóptero Águia da Polícia Militar acessam a mata. https://t.co/H4BodtYkBf pic.twitter.com/OZgahwaEqq
— Polícia Militar do Estado de São Paulo (@PMESP) January 12, 2024
O veículo em questão, no entanto, não estava autorizado a fazer táxi-aéreo, segundo a Anac. Ele é registrado sob a matrícula PR-HDB. A documentação do Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade, porém, está em situação regular, com validade até junho de 2024.
Além disso, o piloto já foi investigado por realizar voos irregulares e teve sua licença para voar cassada de 2021 a 2023, ficando proibido de fazer voos comerciais de passageiros.
Para realizar as buscas, as equipes usaram, entre outros indícios, o sinal do celular de uma das passageiras que foi detectado por uma torre de telefonia. O aparelho teve sua última atividade registrada às 22h14 do dia 1º de janeiro. O sinal de celular detectado pela torre pertence à passageira Luciana Rodzewics.
Fonte: Nacional