domingo, 22 de dezembro de 2024

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Pai de Heloísa, menina de 3 anos baleada no RJ, não dorme desde quinta

Menina de 3 anos baleada
Reprodução/TV

Menina de 3 anos baleada


William Silva, pai da criança de 3 anos baleada no Rio de Janeiro, não dorme desde que a pequena Heloísa dos Santos Silva foi ferida por um disparo efetuado por membros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando estava no carro com a família.

O pai está fazendo vigília no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde a menina está internada em estado grave. O tiro que feriu Heloísa, segundo seu pai, atingiu fortemente toda a família.

“Minha filha mais velha, de 8 anos, que estava no carro, está com os avós. Ela também não está bem. Ela me ligou mais cedo, chorando, dizendo que queria vir aqui no hospital ver a irmã. Pedindo fotos dela porque estava com saudade”, contou William ao jornal O Globo.


Ele conta que no dia em que a Heloísa foi baleada, percebeu o carro da PRF se aproximando, mas os agentes não deram ordem de parada, apenas ligaram as sirenes das viaturas.

“Dei a seta e encostei o carro no canteiro. Mesmo assim, eles atiraram. Os estilhaços dos outros disparos acertaram o ombro, um deles acertou a nuca e saiu pela boca, e o outro acertou as costas da Heloísa. Os médicos disseram que ela está fora de perigo e teve um pouco de febre. Eu não dormi, não estou conseguindo comer. Estou fazendo cerca de 60 quilômetros do hospital até a minha casa, em Petrópolis, para tomar banho e voltar. Minha esposa não saiu do lado da Heloísa”.

O pai de Heloísa se reuniu com a policial rodoviária federal Liamara Pires, acompanhado por Rodrigo Mondego e João Silva, membros das Comissões de Direitos Humanos da OAB e da Alerj, e por agentes do Ministério Público Federal (MPF). Na ocasião, a PRF afirmou que está viabilizando assistência psicológica e ajuda logística com os deslocamentos da família para cuidar de Heloísa.

Por ordem do Ministro da Justiça, Flávio Dino, a PRF está revisando os termos de doutrina policial e abordagem da instituição. Essa é uma demanda antiga, que ficou paralisada durante o mandato de Jair Bolsonaro na Presidência, e foi retomada em maio deste ano.

A medida foi determinada por Dino na mesma portaria que demitiu os agentes da PRF envolvidos no assassinato de Genivaldo Santos, homem esquizofrênico trancado por policiais na traseira de uma viatura cheia de gás lacrimogênio e fumaça em Sergipe, no ano de 2022.

Fonte: Nacional