Comandados sem comandante?
Há tempos, sabe-se: todo grupo empenhado em fazer algo e alcançar objetivos precisa de instruções.
Desde a antiguidade é sensato entender que sempre existiu um líder do bando. Ouvi falar, tempos atrás, que com determinado elenco qualquer um podia ser técnico de futebol. Que a equipe era tão boa e cheia de estrelas que até mesmo um “Zé Ninguém” conseguia comandá-la e lavá-la à vitória.
Nunca concordei com essa ideia. Mesmo que o grupo seja bom, liderança é preciso. Alguém que planeje, motive e que sirva de guia… que consiga tirar o máximo dos bons. Isso é fundamental!
Lembro-me, sempre, de uma pergunta que me fizeram no início da minha carreira como treinador: “você prefere o melhor jogador [desmotivado] ou prefere o esforçado [que não é tão bom], mas que está motivado”?
Já perdi títulos com equipes que tinham os melhores atletas, mas, que estavam com a cabeça em outro mundo, plugados no “eu” e, não, no coletivo: “nós”. – Já ganhei títulos com equipes inferiores, tecnicamente, mas com o famoso ‘sangue nos olhos’.
Resumindo: uma equipe com os melhores [que dorme campeã de quase tudo] e que acorda com dificuldades de vencer qualquer é confuso explicar.
Talvez seja a troca repentina do líder? Alguém quem auxiliou um dos melhores do mundo, mas, que talvez não consiga liderar o atual melhor elenco do Brasil, o Flamengo?
É preciso, pelo menos, pensar que o treinador tem, sim, a chance de fazer a máquina produzir ou dar prejuízo. Não é à toa que o profissional precisa estudar muito e sempre estar atualizado. E, principalmente sendo valorizado.
‘Tomador’ de conta de time é uma coisa: profissional de Educação Física, qualificado pra treinar uma equipe, é outra, totalmente diferente.
Não adianta dizer que os jogadores é que não querem jogar por um motivo ou outro. Se o líder faz a equipe entender que a camisa que veste tem um ‘peso’, a motivação será grande para jogar e acertar.
O que vai acontecer com minha carreira é outro assunto… que deve ficar pra depois. Sou ‘são-paulino’, mas confesso que pra jogar com a camisa ‘rubro-negra’ carioca tem que estar preparado e muito bem liderado. Essa camisa não é qualquer um que veste.
Fábio Ribeiro
Fundador do Projeto Basquete-Machado. Especial para a FOLHA On Line