O médico-cirurgião João Couto Neto, investigado por 140 erros médicos, incluindo a morte de 42 pacientes no Rio Grande do Sul, foi solto na tarde de terça-feira (19), em São Paulo (SP).
O tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), concedeu o habeas corpus no dia anterior (18), mas a soltura aconteceu no dia seguinte, segundo informações do UOL.
Relembre o caso
A prisão aconteceu devido a uma série de crimes cometidos ainda em Novo Hamburgo (RS), onde ele morava e aconteceu em no interior de SP, após o médico ter se mudado para o estado e começado trabalhar em hospitais locais.
A prisão do dia 14 se refere a um caso envolvendo uma das supostas vítimas do médico. “[Foi] homicídio doloso [com intenção] qualificado pelo motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, agravado por violação de dever inerente à profissão e praticado contra vítima maior de 60 anos”, disse o delegado ao UOL. “A pena é de reclusão de 12 a 30 anos.”
Por que Couto Neto estava em São Paulo
Em fevereiro de 2023, o médico se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O pedido veio após Couto Neto conseguir um emprego para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Conhecido em Novo Hamburgo como João Couto Neto, ele passou a se identificar em São Paulo como João Batista. Seu nome completo é João Batista do Couto Neto. No estado de São Paulo, ele foi contratado indiretamente como autônomo ou terceirizado para trabalhar em órgãos públicos e filantrópicos.
Dentre os locai em que Couto Neto trabalhou, estão: AMA Sacomã, na capital paulista; Hospital Mandaqui; Hospital Ipiranga; Hospital Pio 12; e Hospital São Francisco de Assis.
Andamento da investigação
As denúncias contra o médico começaram a surgir em novembro de 2022, quando um grupo de 15 pessoas procurou a polícia para denunciar supostos erros médicos, com relatos que chegam a 2010. Hoje, a polícia investiga 156 casos — como dilaceração de órgãos, perfurações no intestino e cortes desnecessários —, incluindo 42 mortes.
Ele também é investigado por realizar até 25 cirurgias em um único plantão. Em Novo Hamburgo (RS), atuou quase sempre no Hospital Regina, onde alugava o centro cirúrgico em troca de uma porcentagem dos procedimentos que realizava.
Fonte: Nacional