sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Colunista Edelson - Folha Machadense
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EDITORIAL: Regalias e imaturidade

Regalias e imaturidade

Edelson Borges da Silva
Diretor da FOLHA

Semana passada, em seu Editorial, a FOLHA escreveu que o prefeito Maycon Willian precisava, pelo bem de Machado e de sua Gestão, descer do palanque e administrar o Município. – O Jornal sugeriu ao chefe do Executivo a aconselhar-se com pessoas mais experimentadas e experientes do cenário político.

Também em Editorial [O futuro de um jovem prefeito], publicado dia 06 de fevereiro, a FOLHA comentou sobre estratégias de ‘guerrilha política’ que ainda estavam sendo utilizadas por parte de sua equipe. – Para ser vitorioso numa eleição, o candidato utiliza táticas de guerra; de intimidação dos adversários. Para ter uma Administração bem sucedida, o político precisa despir-se de vaidades e buscar a conciliação. “União nacional, diálogo, entendimento, conciliação, trégua são nomes de um estado de espírito que está se formando na comunidade nacional”, disse Tancredo Neves, em sua despedida do Senado da República, em 1983.

A postura conciliadora conferiu a Tancredo Neves certo respeito dos generais, o que lhe valeu, depois da abertura e após a derrota da emenda das Diretas, as condições para comandar a transição, entre 1984 e 1985. – Eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral, Tancredo Neves faleceu em 21 de abril de 1985, aos 75 anos, depois de uma agonia que mobilizou o país por mais de um mês.

Guerra e conciliação são conceitos antagônicos, na visão dos marqueteiros menos experientes. Por isso, a FOLHA aconselhou o jovem prefeito de 30 anos de idade, a conversar com secretários como Joel Nogueira Mendes [vice-prefeito e secretário de Governo], Adriano Viana [ex-vereador e secretário de Administração], João Alexandre Moura [Cultura], Alexandre Piquira [Obras] e Platinny Paiva [Planejamento]. O Jornal sugeriu, ainda, que formasse um Conselho Consultivo, para ajudar em suas tomadas de decisão.

Por estar mal assessorado ou protegido por uma redoma, o prefeito tem cometido erros infantis, que não devem ser repetidos, pelo bem de Machado. Quanto maior os erros, maiores os impasses e turbulências políticas.

Ulysses Guimarães dizia: “O homem público é o cidadão de tempo inteiro, de quem as circunstâncias exigem o sacrifício da liberdade pessoal”. – As novas gerações precisam conhecer a história de Ulysses, Tancredo Neves e outros grandes nomes da história da política nacional, justamente, para saber separar o joio do trigo.

A FOLHA MACHADENSE, em seu primeiro Editorial do ano, elogiou a composição popular do 1º Escalão da Prefeitura Municipal de Machado. – O Jornal reconheceu a valorização da diversidade de gênero e raças entre os secretários da Prefeitura de Machado, por parte do prefeito recém-empossado, Maycon Willian.

Para a FOLHA, não é hora de criticar a Gestão atual, mas, não pode ficar imóvel aos ataques que vem sofrendo. – O Governo de Maycon Willian, ainda, é muito incipiente. Cabe à imprensa, apoiar.

A FOLHA vem apontando caminhos e historiando a política local, afinal de contas, é testemunha ocular de vários mandatos; desde Walter Palmeira. – O político, investido em cargo público, deve estar aberto às sugestões.

Extremamente atual para os dias de hoje, Rui Barbosa destacou, em 1920, a importância de uma sociedade livre, afirmando o valor elementar da IMPRENSA para a fiscalização do Poder.

Baiano de Salvador, Rui Barbosa ministrou, há 101 anos, a conferência: “A imprensa e o dever da verdade”. – Jornalista, escritor e advogado, Rui Barbosa foi republicano e abolicionista. Esteve à frente dos principais debates políticos de seu tempo. Nasceu em 05 de novembro de 1849 e faleceu em 1° de março de 1923, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

 “A imprensa é a vista da Nação. Sem a vista, mal se vive”, afirmava o soteropolitano.

A FOLHA MACHADENSE, que completa 47 anos de circulação ininterrupta dia 24/03, tem ciência de que, para se construir uma sociedade democrática, informações fidedignas são essenciais aos cidadãos. – Por isso, não se furta à verdade e muito menos se exime de emitir opiniões; sempre respeitando às instituições, às pessoas e a história do Município.

O homem público [principalmente os chefes dos Poderes Executivos] precisa agir com serenidade, parcimônia e respeito. Respeito e falta de conhecimento histórico foram as palavras que faltaram ao prefeito Maycon Willian ao referi-se à FOLHA, numa discussão num grupo de troca de mensagens, dias atrás.

Escreveu: “Tia N… sabe quanto a folha recebia na gestão passada? E agora não recebe mais. Realmente não dá pra agradar quando a gente corta as regalias neh”.O prefeito tentava rebater o Editorial da FOLHA, que dizia: “É hora de descer do palanque e fazer Machado crescer”. O prefeito Maycon Willian fez o comentário no grupo de Whatsapp Machado Livre, colocando em dúvida a idoneidade de uma empresa de quase meio século.

A FOLHA, senhor prefeito Maycon Willian, nunca precisou de regalias, ao contrário de alguns políticos Brasil afora, que têm diárias e viagens custeadas com o dinheiro público. Isto, sim, são regalias. – A FOLHA, quando presta serviço ao Município, o faz dentro da lei e valores modestos, se comparar ao que já foi gasto pelo Município de Machado com outras mídias.

Regalia, substantivo feminino, significa: “privilégio que certas pessoas têm em relação a outra”. Não é palavra que se emprega à FOLHA. Com certeza, o Jornal já fez pelo Município muito mais do que recebeu em troca, ao longo de quase meio século.  – A história da FOLHA sempre foi construída com muita luta. Luta e respeito ao povo de Machado.

O senhor prefeito deveria saber disso, pois, sempre teve espaço nas páginas do jornal desde que se destacou como líder estudantil, no Grêmio da Escola Estadual Iracema Rodrigues. – São as páginas da FOLHA que registraram sua trajetória como funcionário de uma empresa da área de internet; sua primeira disputa à Câmara e sua eleição ao Poder Legislativo.

Foi a FOLHA que reportou, por dezenas de páginas, sua ação parlamentar [entre 2016 e 2020] até chegar à sua eleição para chefiar o Poder Executivo de Machado. Portanto, respeito!

Respeito, o senhor e seus assessores devem ao povo de Machado, pois, são os cidadãos que pagam, com impostos, os salários dos agentes políticos. Não cabe ao representante maior da política machadense, a impulsividade. – O povo árabe diz: “Na árvore do silêncio crescem os frutos da paz”.

A maturidade vem com o tempo, contudo, a FOLHA não admite, em hipótese alguma, é a exacerbação ou a grosseria. – A liturgia do cargo de prefeito requer responsabilidade.

Uma sugestão: deixe de utilizar a hashtag “Vamos pra cima”. – Esta estratégia de campanha não garante um bom mandato. [E, a FOLHA torce para que o senhor faça um bom Governo. O Município, os jovens e as futuras gerações necessitam de um bom desempenho do prefeito e da Câmara, principalmente no campo econômico, para geração de emprego e renda].

Com os acertos do senhor prefeito, as crianças de hoje, poderão, daqui a alguns anos, desfrutar de uma cidade melhor. Isso dependerá da desenvoltura de todos.

‘Curtidas’ e ‘seguidores’ em redes sociais são, por algumas vezes, um exército de robôs que trabalham em favor do marketing político. – O que interessa à FOLHA é como foram [estão sendo e serão] empregados os recursos públicos. – Para o Jornal, não são os seguidores de cidades vizinhas, assessores de deputados ou robôs que importam… O que realmente importa, para a FOLHA, é como serão atendidos os moradores da Vila Centenário, do Jardim das Oliveiras, da Vila Formosa, da Caiana, de Douradinho, da Sabinada, do Girau do Onça, do centro da cidade.

Machado precisa de líderes políticos que se deem as mãos. Precisa de homens preparados para lidar, com equilíbrio e diplomacia, dos problemas do dia-a-dia. Machado precisa de homens e mulheres [políticos] que saibam sobre quais alicerces irão construir suas carreiras.

De janeiro para cá, a FOLHA vem sofrendo uma série de ataques via redes sociais. Alguns, kamikases; outros, ingênuos, servindo de massa de manobra para algumas estratégias de ‘guerrilha’. – Mas, o Jornal, ao longo de sua história, nunca se furtou às trincheiras da vida e da política.

Que Deus capacite Maycon Willian, assim como o fez com Salomão! Sabedoria, humildade, parcimônia e respeito com todos!