“É hora de descer do palanque e fazer Machado crescer”
EDELSON BORGES
Diretor da FOLHA
Drones sobrevoando pequenas obras, imagens e exposição em redes sociais a todo instante, vídeos e pronunciamentos. Pouco conteúdo e muita exposição. Até parece que a eleição será daqui a três semanas.
É hora de descer do palanque e fazer Machado crescer. Ideias e projetos são o que importam na Administração Pública; na política. E, bons projetos são, geralmente, elementos estranhos do Marketing Político. É hora de descer do palanque e administrar. Machado precisa crescer e sair do atoleiro, como afirmou o presidente da Câmara de Vereadores de Machado, Juliano Campos.
O prefeito Maycon Willian possui bons secretários e homens e mulheres que podem desenvolver bons projetos, é fato. Mas, o problema está na comunicação e na forma como isso vem sendo tratado. Bons conteúdos necessitam de tempo de maturação; de reflexão. – Não dá para pra ficar, o tempo todo, com o drone no ar ou realizando transmissões ao vivo pela internet. Corre-se o risco de fazer como o prefeito de Alfenas, Luizinho, que, dias atrás, comparou as atitudes do presidente Bolsonaro às pessoas com autismo. – Um desastre de comunicação. E, como diria o colunista social Ibrahim Sued, de O Globo, morto em 1995: “Quem muito fala dá bom dia a cavalo”!
Os secretários Alexandre Piquira, Adriano Peixinho, Platinny Paiva e João Alexandre de Moura, principalmente, homens experimentados na política, precisam estar mais próximos de Maycon Willian. O prefeito precisa ouvir, também, o vice, Joel Nogueira Mendes, que acumula o cargo de secretário de Governo e, pela segunda vez, é vice-prefeito por Machado.
Maycon precisa conhecer a história de Tancredo Neves, que, ao discursar em pequenos vilarejos de Minas Gerais, subia num latão de leite, para ser ouvido. – Tancredo veio a Machado algumas vezes, entre as décadas de 1960 e o início dos anos 80.
Tancredo, do alto de sua experiência política, dizia: “O processo ditatorial, o processo autoritário, traz consigo o germe da corrupção. O que existe de ruim no processo autoritário é que ele começa desfigurando as instituições e acaba desfigurando o caráter do cidadão”.
Tancredo Neves foi advogado, promotor de Justiça, Primeiro-Ministro do Brasil [entre 1961/1962], deputado federal, Governador do Estado, Senador, eleito presidente da República [não chegou a tomar posse. Morreu antes, em 21 de abril de 1985]. – Por algumas vezes, a FOLHA teve o privilégio de estar com Tancredo.
“Esperteza, quando é muita, come o dono”.
Tancredo Neves