segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

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EUA aprovam pílula anticoncepcional sem receita

EUA aprovam pílula anticoncepcional sem receita
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EUA aprovam pílula anticoncepcional sem receita

Nesta quinta-feira (13), a pílula anticoncepcional Opill recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano equivalente à Anvisa, para ser comercializada sem necessidade de receita médica. Essa é a primeira vez que um contraceptivo estará disponível para compra direta nos Estados Unidos. A aprovação ocorre um mês após a Suprema Corte reverter a decisão que legalizava o aborto na esfera federal.

“A aprovação de hoje representa um marco significativo, pois pela primeira vez um contraceptivo oral diário estará disponível sem prescrição médica, proporcionando essa opção para milhões de pessoas nos Estados Unidos”, afirmou a Dra. Patrizia Cavazzoni, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, em um comunicado oficial.

Ela também ressaltou que quando utilizado conforme as instruções, o contraceptivo oral diário é seguro e espera-se que seja mais eficaz do que os métodos contraceptivos sem prescrição atualmente disponíveis, ajudando na prevenção da gravidez indesejada.

A Opill é uma minipílula que contém apenas o hormônio progesterona.

Em um comunicado, a fabricante Perrigo descreveu a decisão da FDA como um marco e um grande avanço para o empoderamento das mulheres.

“A aprovação de hoje representa uma inovação significativa para a saúde da mulher nos Estados Unidos e um marco importante para atender a uma necessidade não atendida de acesso a contraceptivos”, afirmou Frederique Welgryn, vice-presidente global de saúde da mulher da Perrigo.

A data exata em que o Opill estará disponível nas prateleiras ainda não está clara. A FDA afirmou que cabe à Perrigo determinar o cronograma e o preço do medicamento.

A agência tem enfrentado pressão de legisladores e provedores de serviços de saúde para permitir a venda sem prescrição do Opill.

Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a agência abordou a importância do acesso reprodutivo para mulheres e adolescentes.

“A disponibilidade do Opill sem receita médica pode diminuir as barreiras de acesso, permitindo que os indivíduos obtenham um contraceptivo oral sem a necessidade de consultar um profissional de saúde primeiro. Quase metade das 6,1 milhões de gestações nos Estados Unidos a cada ano são não intencionais.”

“As gestações indesejadas têm sido associadas a resultados negativos tanto para as mães quanto para os recém-nascidos, incluindo menor probabilidade de receber cuidados pré-natais precoces e maior risco de parto prematuro, com consequências adversas para o desenvolvimento e saúde infantil. A disponibilidade do Opill sem prescrição médica pode ajudar a reduzir o número de gestações indesejadas e seus potenciais impactos negativos”, afirmou a FDA em seu comunicado.

Um estudo recente revelou que as mulheres enfrentam cada vez mais dificuldades para acessar serviços de saúde reprodutiva, como exames de rotina e contracepção, nos últimos anos.

Em 2021, cerca de 45% das mulheres enfrentaram pelo menos uma barreira no acesso aos serviços de saúde reprodutiva, um aumento de 10% em relação a 2017. Além disso, quase 19% relataram enfrentar pelo menos três barreiras em 2021, em comparação com 16% em 2017.

Em maio, um grupo de conselheiros da FDA recomendou a aprovação do Opill para uso sem prescrição médica.

É importante tomar a medicação diariamente no mesmo horário para que seja eficaz. O FDA alerta que a pílula não deve ser utilizada por mulheres com histórico de câncer de mama.

A agência também informa que alguns efeitos colaterais comuns durante o uso do Opill incluem “sangramento irregular, dores de cabeça, tontura, náusea, aumento do apetite, dor abdominal, cólicas ou inchaço”.

Fonte: Saúde